Nesta edição da reVISTA, nossa convidada especial é a fotógrafa e professora Deise Albertazzi Gonçalves Tomelin, do Curso Superior de Tecnologia em Design de Produto do Campus Florianópolis, IFSC. Os vídeos produzidos pela professora Deise sobre fotografia de produtos são inspiradores, em primeiro lugar, porque abordam aspectos técnicos importantes de forma descontraída e com muita clareza; em segundo, porque mostram como desenvolver fotos de qualidade usando recursos simples. Muitos vídeos foram feitos para orientar os trabalhos desenvolvidos durante a pandemia e mostram como fazer um estúdio em casa, usando aplicativos gratuitos no aparelho celular, que permitem fazer até ajustes manuais, como em uma câmera mais complexa, e tratamento de imagens bem avançado. Em terceiro, porque foram disponibilizados para fazer a tradução para Libras por uma equipe que planejou o trabalho considerando as características dos surdos, os tempos necessários para a observação do que a professora mostra e a sinalização em Libras, os espaços e tamanhos confortáveis para o espectador, a definição dos conceitos novos com exemplos e textos complementares, e assim por diante.

No canal da professora no YouTube, encontramos muitos vídeos sobre a produção completa e a edição de fotografia de diferentes tipos de produtos.

A professora Deise oferece dicas importantes ao longo das suas aulas. A seguir, destacamos algumas.

Dica 1 – Composição

Para fotografia de produtos é importante primeiramente ter um olhar fotográfico, não de um simples “clicador”. Observe o enquadramento, experimente ângulos inusitados, explore a imagem para valorizar as características mais importantes tanto da forma como das texturas e entenda que tudo que aparece na fotografia contribui para transmitir uma mensagem.

Dica 2 – Iluminação

Depois, planeje a luz. Observando os brilhos, os reflexos, as transparências, as áreas escuras. Olhe. Perceba os detalhes. Experimente rebater a luz, ou usar recursos para deixar a luz mais difusa. Considere a possibilidade de usar a luz natural.

Dica 3 – Contexto

E pense na história do objeto. É uma dica muito legal organizar a cena contextualizando o objeto fotografado, fazendo o observador imaginar seu uso, seu ambiente. Pense na composição, nas cores, para que a imaginação do observador complete o quadro.

O equipamento fotográfico

E para fazer uma boa foto, é fundamental conhecer as ferramentas. Veja um pouquinho do que você vai encontrar no canal do YouTube neste vídeo sobre o equipamento fotográfico.

E conheça mais algumas dicas interessantes sobre o uso do equipamento fotográfico.

O uso do flash é perigoso. Se não for bem usado, deixará a foto chapada, sem profundidade. O flash pode ser muito útil, mas para coisas específicas, como nesta foto.

Nesse caso, o tempo foi ajustado para captar todo o movimento como se estivesse congelado. O espaço escuro não tinha outras interferências de luz e foi utilizado um tripé.

Em uma foto de paisagem, por exemplo, seria um absurdo usar um flash, a não ser que fosse necessário iluminar um objeto em primeiro plano, com destaque.

Outra dica importante, embora mais específica para a fotografia de produtos, é usar o temporizador. Mesmo quando usamos um tripé e somos delicados, ao clicar, empurramos a câmera e esse pequeno movimento pode “borrar” a imagem se a foto estiver sendo feita com um tempo de exposição mais longo. Por isso, a dica é usar o temporizador para que a foto seja feita dois segundos depois do clique, para que dê tempo de a câmera ficar estabilizada.

O estúdio

Um estúdio fotográfico profissional geralmente conta com:

FUNDO INFINITO – ou seja, um fundo que envolve tanto o chão ou a base de apoio do objeto quanto a parede, fazendo uma curva. O fundo infinito pode ser feito de diferentes materiais e tamanhos, dependendo dos usos, podendo ser feito de uma folha de papel até de uma parede/piso construída com materiais específicos. Apesar de não ser indispensável, o fundo infinito é útil para não mostrar a separação entre a parede e o piso, ou a mesa onde o objeto está colocado, destacando apenas o produto.

LUZ DIFUSA – um tipo de luz que deixa as sombras menos definidas na imagem, trazendo mais leveza para a fotografia. A ideia é usar algo entre a lâmpada e o objeto fotografado – um tecido, por exemplo – para difundir a luz, como se não estivesse mais usando apenas uma lâmpada, mas uma grande área de luz para iluminar a cena.

REBATEDOR – Esse equipamento é usado para ampliar a iluminação, pois reflete a luz que chega nele, que pode ser direcionada para iluminar outras partes do objeto. Nesse caso, utiliza-se rebatedor branco, ou prata, que é mais intenso ainda. Pode ser usado também para evitar que uma luz seja refletida no objeto com um rebatedor preto. Podem ser usados ainda rebatedores coloridos, como o dourado, que contribui para fazer uma foto com tonalidades mais quentes.

TRIPÉ – é muito útil para fotografias de estúdio, mantendo a câmera em uma posição fixa e totalmente ajustável, além de permitir a fotografia com tempos de exposição mais longos sem tremer. Lembra da dica do temporizador? O tripé é um super aliado nessa hora.

O mais legal é aprender a montar um estúdio com os recursos que você possui em casa. Com criatividade, é possível fazer fotos de muita qualidade. Por exemplo, um simples lençol branco pode se transformar em fundo infinito, em rebatedor ou em um difusor da luz. Inspire-se:

No canal do YouTube você vai encontrar vídeos que mostram detalhadamente como fazer fotografia de materiais com texturas, com reflexos e com transparências. Vídeos específicos sobre fotografia de produtos de metal, de vidro, de polímero, de madeira, de couro. E você ainda pode aprender um pouco mais sobre a edição de imagens com o Photoshop.

Aproveite!