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Na primeira edição da reVISTA mostramos o TALENTOS DO IFSC, um projeto de vídeo que descobria artistas talentosos no IFSC e apresentava seus trabalhos. Os artistas também eram convidados para contar a trajetória de aprendizagem.
A idealizadora do TALENTOS DO IFSC se formou e o projeto de protagonismo discente encerrou. Mas a ideia é muito boa e a equipe da reVISTA descobriu coisas novas. Resolvemos reativar a proposta e mostrar nesta edição o trabalho de ilustração da Júlia Lopes Leandro.
Veja algumas ilustrações.
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O trabalho com a marca @ijustrar tem chamado a atenção e gerado encomendas e contatos promissores, tal como a participação na “Quarentena projetada” do Instituto Moreira Salles. O estilo flat, usado nas ilustrações, enfatiza a simplicidade e a clareza. São desenhos com cores contrastantes, formas planas, bordas nítidas e às vezes abertas para a cor de fundo, sem muitos pormenores, gradientes, sombras ou reflexos.
Esse aspecto minimalista é muito usado em interfaces contribuindo para a usabilidade e conferindo um caráter funcional para o flat design. Conforme Júlia, a ilustração flat está em alta entre as marcas, que usam os desenhos em diferentes tipos de aplicações e campanhas publicitárias. Existem muitas oportunidades para quem quer seguir esse caminho. Em função disso, o mercado é exigente, e para ser freelancer é necessário profissionalismo.
A Júlia Lole (nome artístico) é contratada para desenvolver alguns projetos por encomenda, mas o principal trabalho são ilustrações aplicadas em produtos para a venda online.
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Acho muito satisfatório ver minha arte em quadros, em prints, canecas! Ainda mais vinda de um site com produtos feitos exclusivamente para quem compra sem desperdício e que também contribui com artistas independentes.
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Júlia Lole
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Conversamos com a Júlia para saber como como foi sua aprendizagem e como ela desenvolve o processo de criação.
Júlia nos contou que sempre esteve em contato com o mundo artístico e foi muito estimulada por sua família. Com 5 ou 6 anos, a mãe permitia que ela pintasse livremente as paredes do quarto. Esses incentivos foram direcionando o interesse e a experimentação foi fazendo ela desenvolver a habilidade de observar, criar e desenhar. Ela ainda fez cursos de desenho para ir aprimorando as técnicas.
A artista considera que quem quer trabalhar com ilustração precisa valorizar as próprias vivências, a própria cultura, isso é fundamental para se integrar e se diferenciar no meio artístico. Não é legal se comparar com outras pessoas, a originalidade é uma ousadia que se alcança ao brincar com os significados, rabiscar e experimentar novas ideias a partir das próprias histórias e referências. O que não significa o isolamento, ou a autossuficiência, é preciso aprender sempre.
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É importante conversar com outros ilustradores, conhecer pessoas, seguir pessoas que você gosta, curtir trabalhos diferentes. Isso é inspirador. Mas não se compare com outras pessoas! Cada indivíduo tem sua própria vivência, lembre-se da sua!
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Júlia Lole
Júlia Lole
Mas até os mais talentosos artistas passam por momentos de bloqueio criativo, quando não surge nenhuma ideia e os esboços são todos ruins. Não se sabe o que esperar e, se houver demandas de trabalhos urgentes, pode gerar muita ansiedade.
Alguns estudiosos têm buscado descrever como designers e artistas lidam com esse processo, até que surja um insight, uma grande ideia, o que é bem pessoal. A designer Paula Scher, por exemplo, diz que sua primeira ideia é sempre a melhor. Já Hans-U. Allemann acredita que normalmente se começa com ideias previsíveis e óbvias e o processo criativo é sempre surpreendente. Alguns dizem que quando ocorre de “dar branco” preferem esquecer o problema, voltar a atenção para outras coisas e só depois voltar ao trabalho. Outros pensam o tempo todo, sonham, comem, digerem o tema, rabiscam, anotam ideias e buscam alguma relação em tudo o que veem.
E alguns autores acreditam que o momento do insight é como uma caixa-preta, não se consegue prever ou entender. Outros procuram identificar como as ideias amadurecem e se relacionam com outras memórias para gerar coisas novas. Esses autores acreditam que é possível promover a criatividade explorando técnicas que estimulam a experimentação livre e a associação de ideias.
Para Júlia, a maior dificuldade é lidar com as expectativas, tanto as próprias, quanto a de outras pessoas. Para superar essa ansiedade, ela explora algumas estratégias bem particulares, e destaca a diferença entre um projeto sob encomenda e um trabalho artístico com criação livre. Nos trabalhos de ilustração para clientes é importante utilizar uma metodologia que seja eficaz para estruturar, desenvolver e apresentar o trabalho.
Mas o que ela mais gosta é fazer suas ilustrações a partir de ideias que brotam livremente e depois vê-las aplicadas em diferentes produtos.
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Sempre que a Júlia vai fazer uma peça gráfica, na etapa de preparação, ela escuta música. Considera que isso auxilia na elaboração dos trabalhos e a faz se sentir mais preparada para os desafios. Nos trabalhos sob encomenda, ela procura seguir etapas que são recomendadas nos cursos de design e ilustração publicitária. Nesse caso, inclui fazer um briefing bem planejado e um estudo para compreender o contexto em que o material será usado. Para estruturar as ideias e poder avaliar os resultados, são definidos os conceitos que o projeto buscará transmitir. O processo criativo pode ser favorecido com o uso de um painel semântico, que é um estudo de elementos visuais para ajudar na criação de um estilo adequado. Depois, são feitos vários esboços e a alternativa escolhida deve estar de acordo com os conceitos. Define-se uma paleta cromática e o trabalho tipográfico é detalhado. No flat design, o desenho das letras são simples e priorizam a clareza, mas não significa um trabalho fácil, pois também precisam ser refinadas e inventivas.
Geralmente, os trabalhos não envolvem apenas um desenho. Nos projetos de identidade visual, por exemplo, além do desenho da marca, são desenvolvidos um conjunto de elementos iconográficos e até mesmo personagens que compõem a identidade e ajudam a estruturar o universo visual nas campanhas de divulgação.
A preparação do material para a apresentação ao cliente é elaborada para que ele entenda o processo, possa avaliar a partir dos conceitos que foram trabalhados e que seja fácil perceber como o material será visto e usado no mundo.
Já nos projetos pessoais ou artísticos, ela pensa em uma ideia inicial, um tema. Em seguida, vem a frase e, depois, o desenho.
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Em projetos pessoais, normalmente brota uma ideia, ou me inspiro em algum artista, às vezes até sonho com alguma ilustração e tento ao máximo fazer como na minha cabeça. Sendo assim, parece muito com um processo de criação de uma escultura.
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Júlia Lole
Os processos artísticos são diferentes dos trabalhos de design, mas em ambos o processo criativo é desafiador e surpreendente.
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Gosto quando me permito errar e quando me envolvo de cabeça em algum projeto! O processo criativo não é linear. A gente erra e aprende, mas quando finaliza é de fato uma satisfação.
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Júlia Lole
Conheça mais sobre o trabalho da Júlia no @ijustrar e observe as amplas possibilidades de aplicações do estilo de flat no design, na publicidade, na moda e na arte. Inspire-se!
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